O Belenenses descerá à terra?
Enquanto O Jogo se dedicava à propaganda, a jornalista Edite Dias, nas suas raras aparições no jornalismo de andebol que não seja os joguinhos, colocou na Bola, uma notícia com verdadeiro conteúdo. Infelizmente, andamos desabituados a ler andebol em condições naquele desportivo e depois da saída de Tinoco Marques, vamos sendo confrontados, a norte, com jornalistas do hóquei e do basquetebol a fazerem a cobertura dos jogos de andebol. De qualquer forma, sempre que se lembram do andebol, nomeadamente, a Edite Dias, lá vai conseguindo uns pontos para a batalha da concorrência.
Foi o caso de hoje. O Belenenses era sem dúvida o tema do momento.
Mergulhado na milionésima crise directiva, o Belenenses sofre aquilo que habitualmente acontece quando se remenda problemas ou se os disfarçam de baixo do tapete. A crise financeira, no andebol, pois o resto passa-nos ao lado, nunca chegou a ser resolvida mas sim disfarçada, logo as costuras voltaram a rebentar. A proposta de rescisão não é um disparate, a comissão directiva escolheu, conforme se sabe, os mais bem pagos e os veteranos do plantel. Evidentemente que isto não agradará aos sócios e adeptos que, como se sabe, são dos melhores que há na modalidade, no entanto, seria interessante que estes, de uma vez por todas, escolhessem entre dar um passo atrás e colocar os pés na terra, em vez de continuarem a viver faustosamente num balão de oxigénio.
O Belenenses, e não só, para viabilizar o projecto andebol, apenas tem um caminho: acabar com o profissionalismo, abandonar a Liga, apostar na formação e voltar a subir degrau a degrau, evitando queimar etapas. João Florêncio, seria o homem ideal para dinamizar um projecto mais modesto, baseado na formação e na detecção de talentos. Para isso, Hugos Figueiras, Pedros Matias ou Pedros Spínolas são desnecessários.
Este é mais um momento, no Restelo, de resolver, de uma vez por todas a crise do andebol. Terão os adeptos, sócios, dirigentes e técnicos coragem de os fazer, engolindo esse orgulho que os faz insistirem numa Liga que apenas serve para sorver verbas aos clubes?